ALESSANDRO VIEIRA FAZ DURAS CRÍTICAS A SÉRGIO MORO: que se torna a nova vítima política do senador, em 2018 Alessandro se elegeu defendendo Bolsonaro e Moro, para 2026 a estratégia mudou

Em 2018, quando disputava o Senado por Sergipe, Alessandro Vieira construiu sua imagem nacional se apresentando como aliado e defensor de Jair Bolsonaro e Sergio Moro. À época, parte da imprensa e até apoiadores o apelidaram de “o Sérgio Moro de Sergipe”, numa clara associação com a bandeira da Lava Jato e do combate à corrupção.

Contudo, o tom mudou rapidamente. Já em seu primeiro ano de mandato, Alessandro Vieira rompeu com Bolsonaro, passando de aliado a crítico ferrenho. O senador chegou a declarar apoio público ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), movimento que surpreendeu antigos apoiadores.

Agora, o novo alvo político de Vieira é justamente Sergio Moro, o ex-juiz que um dia ele elogiava. Em entrevista ao UOL, Vieira, relator da chamada PEC da Blindagem, afirmou que as emendas apresentadas por Moro eram “prejudicadas” e que a proposta em si servia apenas para “proteger bandidos”. Segundo o parlamentar, não há necessidade de ampliar imunidade parlamentar, pois a Constituição já assegura proteção à atuação política. “O mérito, o conteúdo dessa PEC é de proteção ao crime. É de estímulo à impunidade”, disparou o senador (UOL, 24/09/2025).

A guinada em relação a Moro contrasta com declarações antigas. Em 2021, quando o ex-ministro se filiou ao Podemos e ensaiava candidatura presidencial, Vieira não poupava elogios. Ao O Antagonista, declarou que o discurso de filiação de Moro tinha “cara de candidato” e avançava “em pontos importantes, além da pauta anticorrupção” (O Antagonista, 10/11/2021).

Na mesma época, ao UOL News, Vieira reforçou a admiração: “Foi uma fala, um discurso de candidato. Acho muito positivo que o Podemos já tenha essa pré-candidatura apresentada. É um nome que, na minha opinião, merece respeito” (UOL, 12/11/2021).

O contraste entre os discursos antigos e as atuais críticas ao ex-juiz reforça a trajetória de rupturas políticas do senador sergipano. De Bolsonaro a Moro, Vieira construiu sua imagem ora como aliado, ora como opositor, sempre assumindo novas frentes de ataque.

Não há problema em discordar ou criticar – afinal, isso faz parte da vida pública. No entanto, quando se trata de figuras que um dia foram elogiadas e defendidas, espera-se cautela e zelo no trato político. A mudança repentina de posicionamentos levanta dúvidas sobre a coerência de quem já foi chamado de “o Sérgio Moro de Sergipe” e agora volta suas armas justamente contra aquele que um dia serviu de inspiração.

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