A recente entrevista do senador Cleitinho (Republicanos-MG) ao jornalista sergipano Focca provocou uma forte reação da direita em Sergipe. Ao elogiar o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) — conhecido por seu alinhamento com pautas de censura nas redes, voto em Lula e atuação contra o governo Bolsonaro na CPI da COVID — Cleitinho causou reação imediata de influenciadores e comentaristas do espectro da direita em todo o Brasil e até fora dele.
Em Sergipe, o líder do Movimento Direita Sergipana, conhecido como Flávio da Direita, gravou um vídeo contrapondo as declarações do senador mineiro que enalteciam Alessandro. O vídeo viralizou, e logo outros políticos e influenciadores começaram a repercutir as ações de Alessandro, acusando-o de traidor dos eleitores do ex-presidente Bolsonaro.
Consultado por nós, Flávio da Direita Sergipana afirmou que, ao ver os cortes da entrevista do senador Cleitinho no Instagram de Luiz Carlos Focca, enviou o material para influenciadores de peso no estado de Minas Gerais, que espalharam o conteúdo em grupos de WhatsApp e redes sociais — especialmente o trecho em que Cleitinho diz que não apoiaria Eduardo Bolsonaro e que sua gratidão a Bolsonaro “já estava paga”.
“O Cleitinho achou que, concedendo entrevista numa cidade pequena e num estado longe de Minas, poderia falar o que quisesse sem repercussão. Mas agora, após toda essa repercussão negativa — que o fez, inclusive, pedir desculpas —, deve ter entendido a capilaridade e a força do movimento bolsonarista também presente em nosso estado. Além de demonstrar soberba e ingratidão, tirando a própria máscara, Cleitinho tentou influenciar a opinião pública em Sergipe ao colocar Alessandro Vieira, um senador tido por nós como defensor da censura, como exemplo de político. Não aceitaremos essa interferência”, declarou Flávio.
Nos bastidores, comenta-se que os elogios a Alessandro podem ter sido um jogo combinado entre o jornalista Focca e o senador Cleitinho. A tese ganhou força após o jornalista Alexandre Pitolli (AuriVerde FM) declarar que o mineiro só aceitaria conceder entrevista se as perguntas fossem previamente combinadas. O interesse de Focca seria utilizar a popularidade e influência de um senador eleito na onda bolsonarista para validar o nome de Alessandro, que encontra muitas dificuldades de aceitação neste público.
Verdade ou não, o episódio serviu para algo maior: mostrar que Sergipe, mesmo sendo o menor estado da federação, tem uma direita vigilante, articulada e madura, capaz de influenciar debates em nível nacional.




