Os presentes recebidos durante o governo de Jair Bolsonaro, que levaram ao seu indiciamento, foram armazenados em locais como uma fazenda, a casa de um militar e joalherias no exterior. Segundo a Polícia Federal, itens como joias, relógios de luxo e esculturas foram guardados e negociados por pessoas próximas ao ex-presidente.
Nesta quinta-feira, a PF indiciou Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid por desvio de joias do acervo presidencial. Eles são acusados de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A Procuradoria-Geral da República decidirá se apresenta denúncia ou arquiva o caso.
Uma parte das joias foi guardada na Fazenda Piquet, propriedade do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, em Brasília. Lá, Bolsonaro armazenou 175 caixas de presentes recebidos.
Outras joias foram guardadas pelo general do Exército Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid. Ele guardou esculturas recebidas por Bolsonaro em um evento no Bahrein. Essas esculturas foram levadas para os Estados Unidos em uma mala no avião presidencial em dezembro de 2022, onde foram vendidas em lojas especializadas.
A PF também descobriu que algumas joias foram vendidas em lojas de Nova York, Pensilvânia e Flórida. Em uma visita à Arábia Saudita em 2019, Bolsonaro recebeu um “kit ouro branco” que incluía um relógio Rolex, vendido posteriormente em uma loja na Pensilvânia. Em outra visita à Arábia Saudita em 2021, o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, recebeu um “kit ouro rosé” que foi vendido em Nova York.
Em uma cooperação internacional com o FBI, a PF colheu depoimentos, acessou imagens de câmeras de segurança e obteve documentos sobre as negociações das joias nos Estados Unidos.
Fonte: O Globo