Pacientes atendidos no AME de Taquaritinga relataram perda da visão após os procedimentos; médicos foram afastados
Um mutirão de cirurgias de catarata realizado no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Taquaritinga, no interior de São Paulo, resultou em complicações para doze pacientes. Segundo a prefeitura, a maioria das pessoas operadas relatou perda da visão no olho submetido ao procedimento.
As cirurgias ocorreram em 21 de outubro de 2024, mas os problemas vieram à tona apenas nesta semana. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que uma equipe do Grupo de Vigilância Sanitária de Araraquara, em conjunto com a Vigilância Sanitária Municipal, realizou uma inspeção na unidade. Durante a vistoria, foram encontradas irregularidades na sala de materiais e esterilização do AME, o que levou à interdição do local.
Diante da gravidade da situação, os profissionais responsáveis pelos procedimentos foram afastados. As vítimas estão sendo acompanhadas por uma comissão especializada em oftalmologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Durante um evento em Ribeirão Preto no último sábado (8), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou que o fato de todas as cirurgias terem sido realizadas no mesmo dia sugere uma possível contaminação.
“O mais importante agora é investigar as causas e garantir assistência integral às vítimas. O Estado pretende oferecer uma indenização administrativa e, ao mesmo tempo, cobrar responsabilidades da Organização Social responsável pelo atendimento”, afirmou o governador.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que, na última segunda-feira (3), um idoso de 66 anos registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Santa Ernestina, classificando o caso como de natureza não criminal. Até o momento, este é o único boletim de ocorrência registrado sobre o caso, mas a polícia segue à disposição para acolher novas denúncias e esclarecer os fatos.
O número exato de pacientes que perderam a visão após as cirurgias ainda não foi divulgado. No entanto, autoridades de saúde confirmam que houve casos com diferentes níveis de gravidade entre os atendidos no mutirão.
