Adolescente membro de comunidade neonazista ateia fogo em morador de rua – VEJA VÍDEO

Um crime brutal ocorrido na zona oeste do Rio de Janeiro levanta um alerta sobre a disseminação do discurso de ódio entre jovens. Um adolescente de 17 anos foi apreendido após atirar dois coquetéis molotov contra Ludierley Satyro José, de 46 anos, um homem em situação de rua que dormia em uma calçada no bairro do Pechincha.

O crime foi transmitido ao vivo pelo Discord, uma plataforma de comunicação popular entre jovens, onde o adolescente participava de comunidades associadas a discursos extremistas. As imagens, que chocaram os investigadores, foram essenciais para identificar o autor do ataque.

A família do jovem, ao reconhecer seu envolvimento nas imagens, o levou até a delegacia. Durante a apreensão, a polícia localizou arquivos de abuso sexual infantil no celular do adolescente. Ludierley sofreu queimaduras graves e está internado no Hospital Lourenço Jorge, em estado estável, recebendo os cuidados necessários.

As investigações indicam que o ataque pode ter sido motivado por um desafio dentro dessas comunidades virtuais, no qual o jovem teria recebido cerca de R$ 2 mil de um indivíduo ainda não identificado. Utilizando o codinome “Eu odeio favela”, ele mantinha contato com grupos de orientação neonazista. A polícia também encontrou em sua residência toucas, máscaras, luvas e uma faca, itens possivelmente usados no crime. O vídeo obtido pelos investigadores mostra toda a preparação do ataque e a execução do ato violento.

Agora, a polícia busca identificar os espectadores da transmissão ao vivo e o cúmplice que registrou as imagens. O jovem responderá por tentativa de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima) e por armazenamento de material de abuso sexual infantil. O delegado Cristiano Maia, responsável pelo caso, destacou que o jovem se orgulhava do crime nas redes sociais e que 141 pessoas assistiram à transmissão.

O caso ressalta a necessidade urgente de debater a influência do discurso de ódio em plataformas digitais e o papel dessas comunidades virtuais na radicalização de jovens. Especialistas alertam para o perigo da normalização de crimes motivados por ideologias extremistas e a necessidade de monitoramento mais rigoroso dessas redes.

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