A febre oropouche, uma doença transmitida por mosquitos, está sendo associada a casos de microcefalia em bebês. Essa descoberta acende um alerta para os riscos dessa infecção, que, assim como a zika e a chikungunya, pode trazer complicações graves. A febre oropouche é causada pelo vírus Oropouche (OROV), que é transmitido principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, além de outros vetores como o Culex quinquefasciatus, conhecido como pernilongo ou muriçoca.
Sintomas e Casos Registrados
Os sintomas da febre oropouche são semelhantes aos de outras arboviroses, incluindo febre alta, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, e, em alguns casos, erupções cutâneas e conjuntivite. No Brasil, foram notificados 476 casos da doença entre 2017 e 2023, conforme dados do Ministério da Saúde. Esses números são subnotificados, pois muitos casos podem ser confundidos com outras doenças.
Estudos e Descobertas Recentes
Estudos realizados em animais mostraram que a infecção pelo vírus oropouche pode causar microcefalia e outras anomalias neurológicas. Pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Evandro Chagas e outras instituições apontam que o vírus pode atravessar a barreira placentária, infectando o feto e interferindo no desenvolvimento do cérebro. Essas evidências foram obtidas através de experimentos com camundongos e são consistentes com os achados de outros arbovírus, como o zika vírus.
Prevenção e Cuidados
A prevenção contra a febre oropouche envolve medidas semelhantes às adotadas contra outras doenças transmitidas por mosquitos. Algumas ações importantes incluem:
- Eliminação de Criadouros: Evitar o acúmulo de água parada em recipientes como pneus, vasos de plantas, garrafas, e outros objetos que possam servir de criadouro para mosquitos.
- Uso de Repelentes: Aplicar repelentes nas áreas expostas da pele, especialmente em regiões onde a presença de mosquitos é elevada.
- Instalação de Telas: Colocar telas em portas e janelas para impedir a entrada de mosquitos nas residências.
- Roupas Adequadas: Utilizar roupas de mangas longas e calças para minimizar a exposição da pele aos mosquitos.
- Campanhas de Educação: Participar de campanhas educativas sobre a prevenção de arboviroses, promovidas por órgãos de saúde.
Medidas do Governo e Autoridades de Saúde
As autoridades de saúde estão em alerta e reforçam a necessidade de vigilância epidemiológica para identificar e controlar surtos da febre oropouche. Além disso, é crucial o desenvolvimento de diagnósticos precisos e a capacitação de profissionais de saúde para o reconhecimento e manejo adequado da doença. A comunidade científica continua investigando o comportamento do vírus e buscando formas de prevenir e tratar as infecções.
A relação entre a febre oropouche e a microcefalia destaca a importância de ações preventivas e de pesquisa contínua para proteger a saúde pública. A população deve estar atenta às orientações das autoridades de saúde e adotar medidas eficazes para evitar a proliferação dos mosquitos transmissores.
Fonte: CNN.